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segunda-feira, 3 de julho de 2017

Segunda série - Máscaras africanas - cultura tradicional africana

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MÁSCARAS AFRICANAS: BELEZA, MAGIA E IMPORTÂNCIA
Durante muito tempo, as máscaras africanas foram vistas pelos colonizadores europeus como peças exóticas, exibidas como curiosidades nos museus ou nas residências de viajantes ricos. Para os povos africanos, contudo elas tem um significado espiritual e religioso e, desde tempos remotos, são usadas em celebrações, nascimentos, rituais de iniciação, colheita, funerais, casamentos, preparação da guerra, para curar doentes e outras situações.
O uso de máscaras é uma característica dos povos da África Subsaariana (ao sul do deserto do Saara). Um povo pode ter dezenas de máscaras diferentes e, entre os numerosos povos do continente,  elas variam em estilo, tamanho, material utilizado, usos e significados. A máscara africana é, dessa forma, importante elemento de identidade cultural de cada etnia atestando a riqueza e a complexidade do patrimônio cultural africano.
Países africanos onde as máscaras africanas são mais usadas. 

“Quando uma pessoa usa a máscara africana ela assume a entidade que a máscara representa, transformando-se no espírito evocado pela própria máscara que passa a residir dentro do corpo da pessoa.” A máscara africana procura captar a essência do espírito, e não os seus traços físicos reais; por isso, ela faz uso de distorções e abstraçõesMuitas culturas africanas imprimem em suas máscaras elementos moraisOs animais são comumente representados nas máscaras africanas. Uma máscara africana de animal pode representar, de fato, o espírito de um determinado animal e servir de meio para transmitir-lhe uma mensagem ou um pedido. Em outros casos, um animal pode servir de símbolo de virtudes específicas. A veneração dos antepassados é um elemento fundamental da maioria das culturas africanas tradicionais e, por isso, também eles são temas para máscaras. As máscaras africanas trazem um padrão de triângulos brancos e pretos pintados no rosto e são ricamente decoradas com búzios e miçangas coloridas. A feminina tem linhas diagonais nas bochechas representando lágrimas. 
O artesão que cria a máscara africana tem um estatuto especial na sua comunidade. Em geral, essa arte é passada de pai para filho, juntamente com o conhecimento dos significados simbólicos transmitidos por essas máscaras. Antes de começar a entalhar, o artesão realiza uma série de rituais na floresta, onde normalmente desenvolve o trabalho, longe da aldeia e usando ele próprio uma máscara africana no rosto. A máscara era criada com total liberdade, de forma intuitiva, dispensando rascunho. A madeira era modelada usando uma faca afiada. As peças iam do mais puro figurativismo até a abstração completa. Em geral, o material mais utilizado é a madeira e o couro mas existem também, máscaras africanas de tecido, marfim, cerâmica, cobre e bronze. Algumas têm cabelos de fibras naturais outras tem chifres ou cristas. Há máscaras africanas pintadas, outras são decoradas com miçangas, penas, dentes, sementes ou búzios. As máscaras africanas podem ser usadas de quatro maneiras diferentes: cobrindo verticalmente o rosto, como capacetes envolvendo toda a cabeça, como crista ou chapéu no alto da cabeça (que era comumente coberta por material como parte do disfarce) ou penduradas no peito ou quadril.
A máscara africana nunca é usada sozinha. O traje é componente importante para esconder a identidade humana do mascarado. A música e a dança são fundamentais para criar o ambiente propício que capta a essência do espírito. O dançarino mascarado é alguém escolhido ou iniciado nos oficios religiosos.  Durante a cerimônia de máscara, o dançarino entra em transe profundo, e durante este estado ele “se comunica” com os espíritos e antepassados que transmitem mensagens. Muitas vezes, as mensagens são confusas ou incompreensíveis e precisam ser decifradas por um homem que acompanha o dançarino mascarado durante o ritual. As cerimônias de máscaras africanas são sempre acompanhados de dança e música tocada com instrumentos musicais tradicionais. A participação do público completa a cerimônia. Batendo palmas, marcando o ritmo com os pés, cantando e, algumas vezes, dançando junto com o mascarado, o público contribui para a intensidade do ritual. Essa forte relação entre humanos e espíritos é a grande marca da cultura tradicional dos povos da África Subsaariana.

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