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quarta-feira, 19 de julho de 2017
terça-feira, 18 de julho de 2017
segunda-feira, 3 de julho de 2017
Segunda série - Máscaras africanas - cultura tradicional africana
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MÁSCARAS
AFRICANAS: BELEZA, MAGIA E IMPORTÂNCIA
Durante muito
tempo, as máscaras africanas foram vistas pelos colonizadores europeus como
peças exóticas, exibidas como curiosidades nos museus ou nas residências de
viajantes ricos. Para os povos africanos, contudo elas tem um significado
espiritual e religioso e, desde tempos remotos, são usadas em celebrações,
nascimentos, rituais de iniciação, colheita, funerais, casamentos, preparação
da guerra, para curar doentes e outras situações.
O uso de
máscaras é uma característica dos povos da África Subsaariana (ao sul do
deserto do Saara). Um povo pode ter dezenas de máscaras diferentes e, entre os
numerosos povos do continente, elas variam em estilo, tamanho, material
utilizado, usos e significados. A máscara africana é, dessa forma, importante
elemento de identidade cultural de cada etnia atestando a riqueza e a
complexidade do patrimônio cultural africano.
Países
africanos onde as máscaras africanas são mais usadas.
“Quando uma pessoa usa a máscara africana ela
assume a entidade que a máscara representa, transformando-se no espírito evocado pela
própria máscara que passa a residir dentro do corpo da pessoa.” A
máscara africana procura captar a essência do espírito, e não os seus traços
físicos reais; por isso, ela faz uso de distorções e abstrações. Muitas culturas africanas imprimem em suas
máscaras elementos morais. Os animais são comumente representados nas
máscaras africanas. Uma máscara africana de animal pode representar, de fato, o
espírito de um determinado animal e servir de meio para transmitir-lhe uma
mensagem ou um pedido. Em outros casos, um animal pode servir de
símbolo de virtudes específicas. A veneração dos antepassados é um elemento
fundamental da maioria das culturas africanas tradicionais e, por isso, também
eles são temas para máscaras. As máscaras africanas trazem um padrão de
triângulos brancos e pretos pintados no rosto e são ricamente decoradas com
búzios e miçangas coloridas. A feminina tem
linhas diagonais nas bochechas representando lágrimas.
O artesão que cria a máscara africana tem um
estatuto especial na sua comunidade. Em geral, essa arte é passada de pai para
filho, juntamente com o conhecimento dos significados simbólicos transmitidos
por essas máscaras. Antes de começar a entalhar, o artesão realiza uma série de
rituais na floresta, onde normalmente desenvolve o trabalho, longe da aldeia e
usando ele próprio uma máscara africana no rosto. A máscara era criada com
total liberdade, de forma intuitiva, dispensando rascunho. A madeira era
modelada usando uma faca afiada. As peças iam do mais puro figurativismo até a
abstração completa. Em geral, o material mais utilizado é a madeira e o couro
mas existem também, máscaras africanas de tecido, marfim, cerâmica, cobre e
bronze. Algumas têm cabelos de fibras naturais outras tem chifres ou cristas.
Há máscaras africanas pintadas, outras são decoradas com miçangas, penas,
dentes, sementes ou búzios. As máscaras africanas podem ser usadas de quatro
maneiras diferentes: cobrindo verticalmente o rosto, como capacetes envolvendo
toda a cabeça, como crista ou chapéu no alto da cabeça (que era comumente
coberta por material como parte do disfarce) ou penduradas no peito ou quadril.
A máscara africana nunca é usada sozinha. O
traje é componente importante para esconder a identidade humana do mascarado. A
música e a dança são fundamentais para criar o ambiente propício que capta a
essência do espírito. O dançarino mascarado é alguém escolhido ou iniciado nos
oficios religiosos. Durante a cerimônia de máscara, o dançarino entra em
transe profundo, e durante este estado ele “se comunica” com os espíritos e
antepassados que transmitem mensagens. Muitas vezes, as mensagens são confusas
ou incompreensíveis e precisam ser decifradas por um homem que acompanha o
dançarino mascarado durante o ritual. As cerimônias de máscaras africanas são
sempre acompanhados de dança e música tocada com instrumentos musicais
tradicionais. A participação do público completa a cerimônia. Batendo palmas,
marcando o ritmo com os pés, cantando e, algumas vezes, dançando junto com o
mascarado, o público contribui para a intensidade do ritual. Essa forte relação
entre humanos e espíritos é a grande marca da cultura tradicional dos povos da
África Subsaariana.
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